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Assunto D. João II

João II (Lisboa, 3 de maio de 1455 – Alvor, 25 de outubro de 1495), tendo como cognome “o Príncipe Perfeito”, foi o Rei de Portugal e dos Algarves em dois períodos diferentes, primeiro durante quatro dias em novembro de 1477 e depois de 1481 até sua morte em 1495. Era o filho mais novo do rei Afonso V e sua primeira esposa Isabel de Coimbra.

João sucedeu ao seu pai após a sua abdicação em 1477, mas só ascendeu ao trono após a sua morte, em 1481. Concentrou então o poder em si, retirando-o à aristocracia. Nas conspirações que se seguiram suprimiu o poder da casa de Bragança e apunhalou pelas suas próprias mãos o seu primo Diogo, Duque de Viseu. Governando desde então sem oposição, João II foi um grande defensor da política de exploração atlântica, dando prioridade à busca de um caminho marítimo para a Índia. Após ordenar as viagens de Bartolomeu Dias e de Pêro da Covilhã, foi João II que delineou o projeto da primeira viagem.

O seu único herdeiro legitimado, o príncipe Afonso de Portugal estava casado com Isabel de Aragão e Castela (estavam prometidos desde a infância), e o descendente que viessem a ter iria herdar também os tronos de Castela e Aragão. Contudo o jovem príncipe morreu numa misteriosa queda em 1491 e durante o resto da sua vida D. João II tentou, sem sucesso, obter a legitimação do seu filho bastardo Jorge de Lancastre. Em 1494, na sequência da viagem de Cristóvão Colombo, que recusara, D. João II negociou o Tratado de Tordesilhas com os Reis Católicos. Morreu no ano seguinte sem herdeiros legítimos, tendo escolhido para sucessor o duque de Beja, seu primo direito e cunhado, que viria a ascender ao trono como Manuel I de Portugal.

D. Afonso V armando D. João II como cavaleiro, na cidade de Arzila, por Domingos Sequeira
João nasceu no Paço das Alcáçovas, no Castelo de São Jorge. Era filho do rei Afonso V de Portugal e de Isabel de Coimbra, princesa de Portugal e filha do Infante D. Pedro, Duque de Coimbra e anterior Regente de Portugal. Sucedeu ao seu pai após a sua abdicação, em 1477; no entanto, D. Afonso V retornou e logo João lhe devolveu o poder, e só se tornou de novo rei após a sua morte em 1481.

Sua mãe morreu muito cedo, em 1455, tinha João alguns meses de idade. Foi sujeito a duras provações durante a infância, tal como sua mãe.

Como príncipe, João II acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro por D. Afonso V, depois da tomada de Arzila a 21 de agosto de 1471, junto ao corpo do conde de Marialva, perecido nessa batalha. No início desse ano, a 22 de janeiro, em Setúbal, desposou Leonor de Viseu, princesa de Portugal e sua prima direita, filha do infante Fernando. Fruto desta união, nasce em 1475 o infante Afonso.

Em 1474 assumiu a direção da política da expansão enquanto Afonso V travava luta com os castelhanos e, a 25 de abril do ano seguinte, assumiu a regência do reino que, por ir socorrer o pai a Espanha, passara para o encargo de Leonor. Participou, a 2 de março, na batalha de Toro.

Reinado
O seu reinado durou de 1481 a 1495 e foi o tempo em que foi dado forte impulso às viagens marítimas. Centralizou o poder régio, eliminando potenciais opositores, mesmo membros da própria família, como os primos: o duque de Bragança e o duque de Viseu.

As finanças foram saneadas e tomou como divisa: «Pola ley e pola grey».