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Assunto Série Cruzados D. Pedro II

Série Cruzados D. Pedro II

1834-1848 Cruzados, 2º. Sistema Monetário – Prata
doliveirarod – Fórum de Numismática

A série dos cruzados do Brasil – Com a instalação da Casa da Moeda na Bahia pelos portugueses em 1694, tem início a cunhagem regular brasileira. Sai então em 1695 a primeira série de moedas coloniais, as do padrão denominado de patacas, esse sistema ia dobrando o sucessivamente valor das moedas, iniciando-se em 20 réis (vintém de prata), e chegando até o 640 réis (2 patacas). Assim, teriamos: 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis (mais tarde, as de 20 e 40 réis foram substituídas por cunhagens em cobre, deixando o metal precioso de ser usado). Isso permaneceu inalterado até a chegada de D. João VI ao Brasil, em 1808. Assim, em 1809, é criado o patacão de 960 réis, que quebrava levemente esse sistema de dobra.
E assim temos um quadro geral da cunhagem colonial brasileira, que perdurou durante todo o período de dominação portuguesa no país, criando um sistema bem aceito e enraizado nas relações comerciais, baseado numa moeda de boa liga e forte.
Com a independência do Brasil em 1822, esse sistema permaneceu inalterado. Foi herdado então o meio circulante colonial, e as novas moedas do Império do Brasil seguiam esse mesmo padrão, onde as antigas armas portuguesas davam lugar ao novo escudo do então recém independente reino.
O sistema das patacas durou durante todo reinado de D. Pedro I, e entrou pelo reinado de D. Pedro II, onde as últimas moedas desse tipo foram cunhadas no ano de 1834 (sendo inclusive muito raras).
O novo reino enfrentava problemas financeiros, rebeliões separatistas estouravam em praticamente todo território nacional, a inflação começou a aparecer, o governo se endividava, e a moeda acaba perdendo algo de seu valor. Era necessária uma reforma monetária que modificasse o padrão vigente.
Surge então em 1834, o segundo padrão monetário que o Brasil conheceu, o padrão dos cruzados.
Esse padrão vinha atender a necessidade de moedas de prata que possuíssem um valor mais alto, e era nítidamente inspirado nos antigos valores dos cruzados portugueses: 100, 200, 400, 800 e 1200 réis.
Entretanto, o povo brasileiro, que estava totalmente acostumado com o padrão das velhas patacas, não aceitou bem esse novo sistema que surgia, e as transações e contratos, na prática, acabavam por continuar a ser feitos utilizando-se valores e referências do antigo sistema. Como o sistema não estava sendo muito bem aceito, o governo não emitia grandes quantidades de moedas, e o cruzado acabou por ser extinto em 1849, dando lugar ao padrão do 2000 réis (200, 500, 1000, 2000 Reis, sendo essa última a coroa de 25 gramas). O novo sistema foi um sucesso de aceitação, e perdurou durante todo o segundo império até o início da República.
Assim, as moedas de cruzado acabaram por ter um papel de transição entre o antigo sistema colonial e o novo sistema que foi bem aceito, e com a desmonetização das já escassas moedas do padrão cruzado, elas acabaram se tornando peças com bom grau de raridade e cobiçadas pelos colecionadores, algumas mesmo são de grau de raridade altíssimo, como o tostão de 1844, que se conhecem 3 ou 4 exemplares, ou os raros 800 réis.