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Título
MOEDA - LISBOA - XL RÉIS – D. P. II - D. JOÃO VI E D. MARIA I – 1796 – COBRE – CARIMBOS ESCUDETE E GERAL 40 SOBRE XL
Descrição
LISBOA - XL RÉIS – D. P. II/ D. JOÃO VI E D. MARIA I – 1796 – COBRE – CARIMBOS ESCUDETE E GERAL 40 SOBRE XL
AMATO: C364a
BENTES 519.02
40mm / 27.6gr
CARIMBO GERAL D.P.II SOBRE MARIAI E PEDRO III
Classificação | Found in
3.0 - Repositório Numismático e de Coleções | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas > 3.5.3 - Series Brasil Império, 1822 - 1899 | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas > 3.5.3 - Series Brasil Império, 1822 - 1899 > 3.5.3.1 - Dossier D. Pedro I, 1822 - 1831
Data | Date
1796
Descrição | Description
XL 1796 CARIMBO DE ESCUDETE E CARIMBO GERAL DE 40
CARIMBO GERAL
A numismática brasileira é rica em histórias e curiosidades que envolvem diferentes técnicas de marcação e carimbagem em moedas e cédulas. Entre os diversos tipos de carimbos utilizados ao longo dos anos, o Carimbo Geral unifacial destaca-se como uma marca distintiva em diversas peças.
Originado em diferentes períodos históricos, os artigos de 1947, 1957 e 1966 relacionados ao Carimbo Geral unifacial oferecem insights valiosos sobre as práticas e regulamentações da época. Além disso, são objetos de estudo e colecionismo para entusiastas deste universo. Compreender a origem, características e significados destes carimbos é fundamental para apreciar a complexidade e diversidade das moedas brasileiras.
O Carimbo de "escudete"
Em 1808, como consequência da invasão de Portugal por tropas francesas, D. João VI e sua corte se instalam no Rio de Janeiro. Assim, a necessidade de dinheiro para fazer frente às astronômicas despesas fez com que o soberano adotasse medidas econômicas para contornar o problema. Uma delas se encontra no ALVARÁ de 18 de ABRIL de 1809, que ordenava a aplicação de um carimbo em todas as moedas de cobre com data anterior a 1799 inclusive, em circulação (as moedas do antigo padrão) que, assim marcadas, passariam a valer o dobro. O mesmo carimbo, foi aplicado nas moedas de prata da série “J”, igualando-as ao padrão das patacas. As moedas de 600 réis passavam a valer 640 réis; as de 300 passavam a 320; as de 150 passavam a 160 e as de 75 réis passavam a valer 80 réis.
Nascia assim o Carimbo de Escudete:
“(...) Sou servido a determinar que marcadas a punção com as minhas reais armas, corram em qualquer parte do Estado do Brasil as seguintes moedas de prata, e cobre, com os valores abaixo declarado, a saber: A moeda de cobre chamada antiga, cujo peso específico é o duplo da que se emitiu no ano de mil oitocentos e três, e valia quarenta réis, passará a girar por oitenta réis, igualmente a de vinte, por quarenta réis, e a de dez por vinte réis; a moeda de prata de seiscentos réis passará a representar seiscentos e quarenta réis; a de trezentos, trezentos e vinte réis; a de cento e cincoenta, cento e sessenta réis; a de setenta e cinco, oitenta réis; visto que o valor intrínseco das primeiras é o mesmo que o das segundas, com as quais se igualam no tamanho...”
Assim, qualquer moeda de cobre anterior ao ano de 1799 inclusive, deveria ser “escudetada”, para que seu valor/peso fosse ajustado ao novo padrão.
Temos então:
Antigo padrão: Perdurou desde os primeiros cobres de D. Pedro II até 1799, no governo de D. Maria I, quando as moedas foram desvalorizadas.
1) V reis - 3,58 gramas
2) X réis - 7,17 gramas
3) XX réis - 14,34 gramas
4) XL réis - 28,68 gramas
Novo padrão: Criado durante o governo de D. Maria, reduziu o peso das moedas à metade.
1) V réis (extinto) - 2,79 gramas. Essa moeda não circulou. Foi cunhada apenas na data 1799, pela última vez, em 1881/82 a mando de D. Luis, o rei numismata que queria completar a série de moedas de sua coleção.
2) X réis - 3,58 gramas
3) XX réis - 7,17 gramas
4) XL réis - 14, 34 gramas
Nota: Por uma questão de lógica, se a moeda de V réis de 1799 fosse cunhada no governo de D. Maria I, deveria pesar 1,79 e não 2,79 gramas. Ao que tudo indica, a decisão de cunhá-la com este peso coube ao rei, já que com o peso de 1,79 gramas, a moeda deveria ser cunhada em disco muito fino.
Antigo X Novo:
1) V réis escudetados = X réis do novo padrão
2) X réis escudetados = XX do novo padrão
3) XX réis escudetados = LX do novo padrão.
4) XL réis escudetados = LXXX do novo padrão.
Com essa operação, o escudete se transformou numa fonte de renda a mais para a Coroa; ao ser escudetada nas casas oficiais, o portador da moeda deveria recolher a diferença aos cofres públicos. Quem escudetasse uma moeda de X Réis, por exemplo, esta passava a valer XX Réis. A diferença de X Réis era recolhida aos cofres do governo.
Apesar da ordem para aplicação dessa contramarca especificar que, para as moedas de cobre, somente aquelas de data igual e anterior a 1799 deveriam ser contramarcadas, esse carimbo tem aparecido em moedas de D. João P.R em datas que vão de 1800 a 1806, além de um único exemplar de X réis 1812R, o que contraria a Lei que ordenava sua aplicação. Admitimos que o fato se deve a uma aplicação errônea.
DESCRIÇÃO
D. Maria I - A Piedosa
ANVERSO
MARIA. I. D. G. P. ET. BRASILIÆ. REGINA
REVERSO
PECUNIA TOTUM CIRCUMIT ORBEM
PADRÃO MONETÁRIO
RÉIS (até 08/10/1833)
Originado no período Colonial por influência do monetário português, não se tratava de uma moeda genuínamente brasileira. Foi aproveitado do padrão português, sem fundamentação legal no Brasil.
PERÍODO POLÍTICO
Colônia, D. Maria I - A Piedosa (1786-1799)
Maria I, apelidada de "a Piedosa" e "a Louca", foi a Rainha de Portugal e Algarves de 1777 até 1815, e também Rainha do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves a partir do final de 1815 até sua morte. De 1792 até sua morte, seu filho mais velho João atuou como regente do reino em seu nome devido à sua doença mental. Era a filha mais velha do rei José I e sua esposa a infanta Mariana Vitória da Espanha. Intensa produção de moedas de prata e ouro pelas Casas da Moeda do Rio, Bahia e Lisboa.
LIMITES
Colonial p/ circulação geral
ORIGEM
Casa da Moeda, Lisboa
CARACTERÍSTICAS
Material: cobre
Diâmetro: 40,0 mm
Peso: 28,68 g
Eixo: reverso medalha (EV)
OBSERVAÇÕES
1o. tipo: coroa baixa. Com carimbo de escudete. O carimbo duplica o valor para 80 réis.
EMISSÕES
ano produção CRMB Prober Amato Vieira Bentes observações
1786 n/d 1786-C-040x C-862 C.322
1790 n/d 1790-C-040x C-902 C.323
1791 n/d 1791-C-040x C-919 C.324
1796 n/d 1796-C-040x C.325
Citação das fontes de códigos de referência de moedas:
KM# é código de referência de Krause-Mishler do Standard Catalog of World Coins, 2014
CRMB é código de referência proposto por este site - Código de Referência das Moedas Brasileiras
Prober extraido do Catálogo das Moedas Brasileiras, de Kurt Prober, 3ª. edição, 1981
Amato extraido do Livro das Moedas do Brasil 1643 até o presente, de Amato/Neves/Russo, 12ª. edição, 2009
Vieira extraido do Catálogo Vieira - Moedas Brasileiras, de Numismática Vieira, 14ª. edição, 2012
Bentes extraido do Catálogo Bentes - Moedas Brasileiras, de Rodrigo Maldonado, 1ª. edição, 2013
Fonte | Source
Assunto | Subject
Carimbo de Escudete | Carimbo Geral | Cobre | D. João VI | D. Maria I de Portugal | D. Pedro II
ID
MNC1282