NUMIS na Bolívia. Resenha participativa.

O NUMIS esteve presente no 1º Congresso Numismático Binacional Bolívia-Brasil, representado pelo presidente Yuri Victorino. Uma realização da Fundação Círculo Numismático de Santa Cruz e Sociedade Numismática Brasileira. Ocorreu durante os dias 17 a 21 de abril e foi dividido em duas etapas: Potosí e Santa Cruz de La Sierra. Com uma agenda repleta de ricas trocas de experiências e conhecimentos, entre visitas técnicas, reuniões, cerimoniais, ciclos de palestras e mesas de comércio e mostra de material numismático.

A primeira etapa aconteceu na cidade de Potosí que acolheu as delegações de 16 a 19 de abril de 2024.

No dia 17, quarta feira, fizemos a visita técnica no Cerro Rico ou Sumaq Urqu que é a montanha localizada na cidade de Potosí, no departamento de Potosí, na Bolívia. Faz parte da cordilheira dos Andes. O Cerro Rico foi muito importante durante o período de dominação espanhola, por possuir os maiores veios de prata do mundo. De lá saíram milhões ou bilhões de quilos de matais que serviram de material para confecção de moedas. Tem a altitude aproximada de 4800 metros e uma infinita rede de tuneis. Ainda é muito importante para a Bolívia, pois diariamente se retiram toneladas de minério, o que traz riquezas para a região.

A Comissão Brasileira teve a oportunidade, junto com as demais delegações, de acessar as profundezas da Mina Nossa Senhora do Rosário, que tem 1.980 metros de profundidade e está a 4.303 metros de altura. Funciona 24 horas por dia em tres turnos de 8 horas cada.

A incursão nos levou a conhecer o “T1o”. Que é uma entidade que entre outras funções, protege os mineiros…

A Caverna do T1o no Cerro Rico de Potosí.

No dia 18, foi a vez da visita técnica na Real Casa de Moneda de Potosí, que foi a segunda a ser construida.

A primeira Casa da Moeda de Potosi foi construída em 1572 em um local diferente, onde fica hoje a Casa da Justiça. A Casa da Moeda atual de Potosi foi construída em 1759 e levou 12 anos. Cobre uma quadra inteira da cidade.

Passaram-se quase 151 anos de funcionamento da primeira para a segunda Real Casa da Moeda de Potosí, e embora a produção de prata de Cerro Rico atravessasse um período crítico (1700’s), as autoridades reais da Espanha conceberam o projeto para lançar o relançamento do metal precioso. Esta decisão constituiu um esforço desesperado para enfrentar a crise do reino, custear as despesas de guerras e o pesado custo da nobreza. A Espanha e o mundo, voltaram o olhar para Potosí. Sua generosa montanha ainda não estava esgotada.

Em 1751, foram adquiridas novas máquinas e o rei de Espanha ordenou às autoridades de Potosí que construíssem a Nova Casa da Moeda, mas estas, chefiadas pelo governador Ventura Santelices y Venero, opuseram-se, argumentando que o mais adequado seria seria ampliar a antiga de 1572.

As diferenças de critérios perduraram por muito tempo e, no final, a ordem do rei prevaleceu, enviando o experiente arquiteto Salvador de Villa​ que residia alternadamente no México e em Lima para executar o projeto ambicioso. A construção perdurou de 1759 a 1773.

As comitivas tiveram acesso às coleções raras, além da visitação técnica aos ambientes de fabrico metalúrgico numismático, no que são únicos no mundo. Os equipamentos estão perfeitamente preservados.

Também no dia 18, aconteceu a cerimônia de instalação do Instituto de Numismática Postosina, no Grande Salão Potosí da Casa Nacional da Moeda. Representantes da Casa da Moeda do Brasil e da Sociedade Numismática Brasileira foram homenageados.

No dia 19 retornamos ao Aeroporto Internacional de Alcantarí em Sucre. Nosso destino: Santa Cruz de La Sierra.

Em Santa Cruz de la Sierra, a agenda focou nos seminários, divididos em 22 palestras além das mostras e salão de comércio. Tudo ocorreu na Fundacíon Roca Gravato.

Dentre os acontecimentos, devemos destacar que o Museu Numismático NUMIS foi congratulado, através de seu presidente Yuri Victorino, entre outros, com o título de Sócio Honorário da Sociedad Numismática Boliviana.

Também nas dependências da Fundação, houve espaço para mostra das Casas das Moedas do Brasil e Bolívia, assim como mesas de comércio de artigos numismáticos. Foram apresentadas moedas, fichas, apólices, livros e cédulas da Bolívia, Cuba, Brasil, Argentina, Paraguay, China entre outros países.

Também não podemos esquecer de agradecer pelas inúmeras doações que o Museu Numismático NUMIS recebeu. Obrigado aos amigos da Associação dos Amigos do Museu, como a Casa Moeda do Brasil que doou um porta moedas.

Do Círculo Numismático de Santa Cruz, uma reprodução ampliada de moeda da Bolívia.

De Roberto Sato, um mineral, uma moeda comemorativa e alguns jogos de moedas brasileiras.

Do Felipe Rocha, alguns chaveiros do Banco Nacional da Bolívia.

Também agradecer aos outros amigos do NUMIS que posteriormente ficaram de nos enviar alguns livros e outros objetos que serão distribuídos nas ações educativas, ou processados ao acervo.

Por fim, quero mostrar algumas das cenas de confraternização que nos fizeram tão bem. A integração e a camaradagem proporcionaram a troca de conhecimentos e experiências, em ambiente amigo, o que favoreceu na aprendizagem.

Saímos todos enriquecidos de conhecimento e amizade, e certos de que as poucas barreiras, como o idioma e a distância, que uma vez separaram os numismatas das Américas, por fim estão se acabando. Eventos como este aproximam os povos e nos fazem compreender o outro, nos tornando ainda mais irmãos.

Saiba um pouco sobre o NUMIS.

Museu Numismático – NUMIS é uma instituição permanente e sem fins lucrativos, constituída para servir à sociedade e ao seu desenvolvimento, assim como ao fortalecimento da democracia e da diversidade social e cultural. É uma instituição aberta ao público, que adquire, preserva, gere, investiga, comunica e expõe acervo de conhecimento numismático, filatélico, sigilográfico e documental, com fins de promover ações educativas, respeito à diferença cultural e fruição reflexiva.

Administrativamente é vinculado à Associação dos Amigos do Museu Numismático – AAMNN, cumprindo papel fundamental na pesquisa e na preservação da memória da diversidade numismática no estado e do país. Seu acervo é constituído por acervo documental, bibliográfico e numismático de cunho local, regional, nacional e internacional. Contendo moedas, cofres, selos, sinetes e objetos tridimensionais, fotografias, entrevistas, documentos, objetos de uso cotidiano de conotação histórica, fiduciária além de documentação e referencial teórico de apoio, como obras sobre temas da numismática, sigilografia, história e ciências pertinentes a tema central: Numismática.

O NUMIS pode receber doações de peças, livros, entre outros objetos relacionados aos temas do acervo, desde que estejam livres de quaisquer impedimento legal. A contribuição em dinheiro também pode ser feita através da AAMNN.

Faça como os amigos citados neste post, seja um parceiro do NUMIS. Para tanto basta preencher a proposta de associado da AAMNN – Associação dos Amigos do Museu Numismático NUMIS.

Você pode visitar o acervo de forma virtual, através do endereço eletrônico: www.numis.mus.br.

Obrigado por acessar estas informações. Participe!

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